quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pelo Douro


Já nem sei bem se o melhor é ir ao Douro antes ou depois de uma visita às caves de Gaia. O que importa é, se possível, ir ao Douro!! Fica a 1h30 de carro ou 2h de comboio, a partir do Porto. De comboio é um pouco lento, mas é um belo passeio, principalmente nos troços próximos a Peso da Régua, quando o velho comboio anda em trilhos à beirinha do rio...

Da janela do comboio!

Para poucos dias de visita, segue um roteiro básico:

Se a chegada ou a saída for por Vila Real, vale muitíssimo uma visita à Casa de Mateus, uma bela  amostra da arquitectura barroca de Portugal, construída pelo 3º Morgado de Mateus, com execução do onipresente (no século XVII, claro) Nicolau Nasoni. Os jardins são inspirados nos de Versailles e incluem um túnel de cedros que impressiona.  Ficaste curioso? Olha só:

Na parte da manhã a luz é essa.


Peso da Régua: também chamada de "Régua" é a cidade central de região, graças ao comércio do Vinho do Porto, desde a época em que a região foi demarcada (1756). Um lugar interessante para visitar e conhecer com um pouco mais de detalhe a cultura relacionada ao vinho é o Museu do Douro, com uma exposição permanente (“Memória da Terra e do Vinho”) instalada no Armazém 43 do edifício do Solar do Vinho do Porto, além de outras eventuais iniciativas. Conta também com uma loja bacana e um wine bar, com vista para o rio.



Se a ida para a Régua abriu o apetite, visite o  Douro In, na Marginal , mesmo em frente ao cais fluvial de onde saiem os barcos turísticos do Douro (Avenida João Franco - Reservas: +351 254 098 075). Muito bom, com uma carta de vinhos que, de tão boa,  dificulta a escolha.




 
 



Há também o Castas e Pratos, que faz um trocadilho com a CP (Comboios de Portugal). Funciona anexo à Estação de Comboios e é uma opção excelente pro almoço (menu por €12). De lá tem-se a chance de ver o vai-e-vem dos comboios pela janela. O conhecido chef Jorge Coimbra detona nos pratos e escolhes a casta que vais sorver :) Rua José Vasques Osório, Tel.: 254 323 290.





 

Na Estação de Comboios podes ainda encontrar os “Rebuçados da Régua”, que são balas (para cariocas e paulistas) ou queimados (para baianos) ou bombons (para os nordestinos brazucas) que levam um pouco de limão, feitas manualmente e vendidas na Estação pelas “Rebuçadeiras” que as preparam.

Fazem parte da doçaria típica de região, que apresenta ainda as “Falachas”, feitas com farinha de castanha amassada e levada ao forno (em folhas de castanheiro). Há ainda as “Ferreirinhas”, não tão tradicionais, feitas com pinhão, uva passa, chila, amêndoa e Vinho do Porto, bebida que as acompanha perfeitamente.



Agora, se quiseres sentir o clima local em um restaurante frequentado apenas por durienses, o lugar é a Taberna do Jererê, na Rua Marquês de Pombal, nº 28. Tel 254323299. Ambiente rústico e simpático, administrado por familiares, serve a boa comida portuguesa com o sotaque local. De entrada podes provar um pão típico da região, recheado com fiambre – o "bola de carne". Óptimos preços. Salvo engano, o almoço saía por € 6, com sopa, prato, vinho e café. O jantar também é boa pedida, com o restaurante sempre mais vazio. Tenta o bacalhau ao lagareiro ou o anho, imperdíveis.

A dica mais "chic" é o DOC Douro, um restaurante bacanérrimo que fica no Douro (literalmente, pois foi construído dentro d'água), na estrada que liga a Régua ao Pinhão. Muito fixe, serviço altíssimo nível e pratos que "mesclam a tradição com o contemporâneo", percebes? Um "espaço gourrrmet"!! Com aqueles pratos com pinguinhos de azeite e ervas que não se lembra bem o nome a decorá-los. Os preços são condizentes com o style, mas definitivamente valem o “prejú”. A estrada que margeia o Rio, uma das mais bonitas do país, tem poucos lugares para uma miradinha e aqui podes fazê-lo. 

Acesso ao DOC, por cima do Douro
O restaurante prima pela qualidade e ofertas que abrangem peixe do mar, caça (perdiz e javali do monte), opções vegetarianas e carnes. No plasma, imagens da cozinha, ao vivo e a cores. Para por lá, ainda que seja pra admirar o espetáculo que é o Douro, com uma taça de vinho à mão – eles servem 40 rótulos de vinho a copo. Tel. 254 858 123 e telemóvel 910 014 040.




Pinhão: Já que estamos a chegar perto do Pinhão, uma opção boa para almoço é o Ponte Romana, um restaurante que não decepcionou-me em nenhuma das visitas que lá fiz. Mesmo esquema, menu do dia baratinho e muito bom. E à beira de um afluente do Douro que inclui no almoço aquele barulhinho de rio...


Pinhão e restaurante Ponte Romana.

Para fechar esse post, recomendo, no Pinhão:




. uma visita à Estação de Comboios para apreciar os painéis de azulejos e o antiga plataforma que ainda hoje os recebe e despacha;














. um belo passeio à Quinta das Carvalhas, da Real Companhia Velha. É a maior Quinta do Douro. Eles fornecem um autocarro que sai do Pinhão e leva o visitante ao alto do monte onde está a Quinta. O passeio dura cerca de hora e meia, custa 10 euros e inclui uma degustação de Portos. O visual é es-pe-ta-cu-lar e une a comodidade de uma visita guiada à oportunidade de apreciar um dos pontos mais bonitos da região;
Quinta das Carvalhas à esquerda, com mirante no topo.

. um passeio de barco no Douro, chance única de ver Quintas belíssimas de um ângulo perfeito. O melhor é negociar um valor com as pequenas embarcações, que podem fazer passeios de uma a duas horas, a subir o rio. Fecha com chave de ouro a programação, com pinturas como essa:


. um volta de carro pelas estradas menores, que são muitas e têm ângulos assim: