quinta-feira, 17 de março de 2011

Roteiro 1: Bike à beira do Douro


Humildemente” deixo aqui algumas sugestões que podem agilizar sua viagem e optimizar o que podes usufruir da cidade. O site Porto Turismo oferece alguns roteiros em mp3, em Apps Móveis. São roteiros interessantes, com informações históricas, culturais, vale baixar e levar no Ipod-like. Tem também "Apps"  para as principais plataformas de smartphones e tablets, com conteúdos e serviços sobre a cidade.

De bike pelo Porto - da Ribeira à Matosinhos.
 
Começo com o que era o meu passeio predilecto, feito inúmeras vezes na companhia da meu indefectível camelo:
Specialized Hard Rock
Se disposição e rabo (é como de diz em Portugal) não forem problema, podes alugar uma bike na Bluedragon City Tours (Av. Gustavo Eiffel, 280). Após a Ponte D. Luís I, fica logo depois do Funicular e fica aberta das 9h às 14h e das 15h às 19h. Era bom alugar também uma corrente com aloquete (cadeado, no Norte de Portugal), para parares onde despertar interesse. O Porto não conta com uma grande rede de ciclovias e a consciência dos motoristas com relação às bikes não se compara com outras cidades da Europa, mas este roteiro é tranquilo. 

HR em acção

A partida é mesmo ali. Podes aproveitar e pedalar um pouco  na direcção oposta à ponte de ferro, para obteres ângulos diferentes .

Toma cuidado com o cruzamento ao passar pela ponte, cruza a Ribeira e...
...ao final, sobe a ladeira à direita e logo à esquerda entra na Rua da Reboleira, uma das ruas que mais traduz a antiguidade do Porto. Nota algumas casas medievais, principalmente a de nº 55, gótica, com duas belas portas em forma de ogiva. (séculos XIV e XV) E vai devagar, para perceber a movimentação dos moradores - eu gostava de passar por ali. Ao final segue pela esquerda, já à beira do rio, em direção à Foz. Do outro lado da rua, logo à frente, vai aparecer a Freguesia de Miragaia, que merece um post inteiro. Minha sugestão é que pedales pelo lado direito da rua, nos trilhos do eléctrico, notando Miragaia e suas casas com arcos no térreo e roupa pendurada nas janelas.

Rua Nova da Alfândega e início de MiraGaia

Logo depois, à esquerda, aparece a Alfândega Nova, que já foi uma importante Estação Ferroviária e hoje abriga exposições e eventos de moda, gastronomia, etc. Lá funciona o Museu dos Transportes e Comunicações, que conta com exposições permanentes – gostei da “O Automóvel no Espaço e no Tempo”.  A partir daí é curtir o caminho, que não é uma ciclovia demarcada, mas muitos  a usam como tal.   

Passas logo pelo Museu do Vinho do Porto, ao lado da Brigada Fiscal da GNR:

 

 O interessante é que o panorama sempre muda, pois podes passar pela ponte de ferro ou optar por andar em uma rua de paralelepípedos, à direita da Avenida - a Calçada de Monchique. 




Ao fundo, a Alfândega Nova



Pela esquerda atravessas a ponte por um trecho da ciclovia que fica por fora dela, acima do rio. 






Aqui, a entrada para a Rua da Restauração, que vai até a Baixa do Porto...







Desse lado tem uma parte gramada, em frente ao Museu do Carro Eléctrico, que, diga-se, achei muito fixe. Se optares por uma visita em outra hora, o ticket do Museu dá direito ao retorno ao centro antigo. De eléctrico, claro, para entrares no clima.


Esses e vários outros modelos.

















De volta ao lado esquerdo da avenida, mais à frente e depois da moderna Ponte da Arrábida, há uma ponte de madeira e um trecho que termina numa colônia de pesca, seguido pelo Farol de São Miguel-O-Anjo (desativado), que existe desde o Século XVI e hoje está quase escondido pelo edifício da Guarda Fiscal. Segundo pesquisei, foi o 1º farol da costa portuguesa.  

Farol de São Miguel-O-Anjo, à direita
Logo em seguida o Jardim do Passeio Alegre merece abandonar a beira-rio por uns instantes, principalmente se quiseres ir à casa de banho. Mesmo que não, note este banho antigo e as casas centenárias que envolvem o Jardim. O Chafariz do Passeio Alegre, Monumento Nacional (Nicolau Nasoni, séc. XVIII), fica bem no centro da praça. Gosto daqui. Já estás na Foz e, a partir do castelo (Forte de São João Baptista da Foz), contas com ciclovia até Matosinhos. Parênteses: esse castelo tem “muita é” história. Ali foi o primeiro acto de reação portuguesa contra a ocupação de Napoleão (1808) e no século XX morou Florbela Espanca (!), esposa de um dos oficiais à época. 



Em alguns pontos abaixo da ciclovia há bons cafés, que chamam para um pit stop. Depois desse pedal todo, vai bem um fininho no Shis, na Praia do Ourigo, que tal?  Esse sítio funciona também à noite, quando candeeiros são acesos na esplanada e o sofisticado restaurante ganha pontos com a com a iluminação interna e o bom serviço. 

Esse é um belo trecho. Por baixo vais à beirinha da areia e outros cafés. Por cima, a Avenida do Brasil continua na Av. De Montevidéu até o Castelo do Queijo. Tás com a câmera à mão, pois não? Na parte da tarde a luz é bem bonita nesse trajecto. 




 
Avenida Brasil



Pérgola da Foz

O destaque aqui é para a Pérgola da Foz, construída em 1930 na Praia dos Ingleses, que eram maioria na Foz do Século XIX e trouxeram esse costume de passeios à beira-mar. 







Essa longa avenida termina no Castelo do Queijo, à frente de uma grande rotunda com a estátua de D. João VI (sim, aquele). Disseram-me que ele está voltado para o Brasil, mas não juro. A curiosidade é que a estátua é idêntica à que está na Praça XV, no Rio de Janeiro.
Ao final da rotunda há uma ligação direta com o Parque da Cidade, onde recomendo fortemente ao menos uma volta. Maior parque urbano do país, com 83ha, é um espaço muito bem cuidado, mas (achei) pouco aproveitado pela população do Porto. Se fosse no RJ, não dava pra quem quisesse. Patos bravos, cisnes, gansos, “galinhas de água” e 140 espécies de plantas na beira do Atlântico. Uma beleza. 



É quase rectangular e o que sugiro é que o percorra sempre por fora na subida, até passar pelo Centro Equestre e pelo Pavilhão da ÁguaAs crianças da foto brincam com painéis solares, que geram energia para aumentar ou diminuir chafarizes que estão à frente delas. Giríssimo...

Daí é sempre a descer, por qualquer caminho.

Na saída do Parque vais passar pelo Edifício Transparente, onde muitas vezes parei para um café em um dos restaurantes. À frente fica o Castelo do Queijo e a praia. Presta atenção aos serviços do lugar: Ginásio (academia de ginástica) que eventualmente faz aulas ao ar livre, escola de surf, guarderia e duche para surfistas, vários bares, aluguer de bikes... Para voltar não precisas pedalar o mesmo percurso. Vais pela Praia de Matosinhos até o final e pegas o metro na estação Matosinhos Sul, trocas de linha na Trindade e vais pela Linha D até a estação São Bento. Daí é ladeira abaixo para devolver o camelo. Se for o caso, com o mesmo título sobes o Funicular e já estás no metro de novo. Cidade com transportes integrados é assim... Foco no cliente!!!
Importante: bikes são permitidas no metro, mas sempre na última carruagem.
Distância: essa brincadeira é de aproximadamente 17 Km.
Se a idéia for percorrer boa parte deste percurso mas a bike estiver fora de questão, o eléctrico Linha 1: Passeio Alegre-Infante faz o percurso pela marginal do Douro, entre o Infante, perto da Ribeira, e o Passeio Alegre. Há paragens intermediárias (Alfândega e Museu do Carro Eléctrico, por exemplo). Vê aqui os horários e utiliza o Título Andante Z2.

Para fechar o post, uma imagem do final de tarde neste lado da cidade...