quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pelo Douro


Já nem sei bem se o melhor é ir ao Douro antes ou depois de uma visita às caves de Gaia. O que importa é, se possível, ir ao Douro!! Fica a 1h30 de carro ou 2h de comboio, a partir do Porto. De comboio é um pouco lento, mas é um belo passeio, principalmente nos troços próximos a Peso da Régua, quando o velho comboio anda em trilhos à beirinha do rio...

Da janela do comboio!

Para poucos dias de visita, segue um roteiro básico:

Se a chegada ou a saída for por Vila Real, vale muitíssimo uma visita à Casa de Mateus, uma bela  amostra da arquitectura barroca de Portugal, construída pelo 3º Morgado de Mateus, com execução do onipresente (no século XVII, claro) Nicolau Nasoni. Os jardins são inspirados nos de Versailles e incluem um túnel de cedros que impressiona.  Ficaste curioso? Olha só:

Na parte da manhã a luz é essa.


Peso da Régua: também chamada de "Régua" é a cidade central de região, graças ao comércio do Vinho do Porto, desde a época em que a região foi demarcada (1756). Um lugar interessante para visitar e conhecer com um pouco mais de detalhe a cultura relacionada ao vinho é o Museu do Douro, com uma exposição permanente (“Memória da Terra e do Vinho”) instalada no Armazém 43 do edifício do Solar do Vinho do Porto, além de outras eventuais iniciativas. Conta também com uma loja bacana e um wine bar, com vista para o rio.



Se a ida para a Régua abriu o apetite, visite o  Douro In, na Marginal , mesmo em frente ao cais fluvial de onde saiem os barcos turísticos do Douro (Avenida João Franco - Reservas: +351 254 098 075). Muito bom, com uma carta de vinhos que, de tão boa,  dificulta a escolha.




 
 



Há também o Castas e Pratos, que faz um trocadilho com a CP (Comboios de Portugal). Funciona anexo à Estação de Comboios e é uma opção excelente pro almoço (menu por €12). De lá tem-se a chance de ver o vai-e-vem dos comboios pela janela. O conhecido chef Jorge Coimbra detona nos pratos e escolhes a casta que vais sorver :) Rua José Vasques Osório, Tel.: 254 323 290.





 

Na Estação de Comboios podes ainda encontrar os “Rebuçados da Régua”, que são balas (para cariocas e paulistas) ou queimados (para baianos) ou bombons (para os nordestinos brazucas) que levam um pouco de limão, feitas manualmente e vendidas na Estação pelas “Rebuçadeiras” que as preparam.

Fazem parte da doçaria típica de região, que apresenta ainda as “Falachas”, feitas com farinha de castanha amassada e levada ao forno (em folhas de castanheiro). Há ainda as “Ferreirinhas”, não tão tradicionais, feitas com pinhão, uva passa, chila, amêndoa e Vinho do Porto, bebida que as acompanha perfeitamente.



Agora, se quiseres sentir o clima local em um restaurante frequentado apenas por durienses, o lugar é a Taberna do Jererê, na Rua Marquês de Pombal, nº 28. Tel 254323299. Ambiente rústico e simpático, administrado por familiares, serve a boa comida portuguesa com o sotaque local. De entrada podes provar um pão típico da região, recheado com fiambre – o "bola de carne". Óptimos preços. Salvo engano, o almoço saía por € 6, com sopa, prato, vinho e café. O jantar também é boa pedida, com o restaurante sempre mais vazio. Tenta o bacalhau ao lagareiro ou o anho, imperdíveis.

A dica mais "chic" é o DOC Douro, um restaurante bacanérrimo que fica no Douro (literalmente, pois foi construído dentro d'água), na estrada que liga a Régua ao Pinhão. Muito fixe, serviço altíssimo nível e pratos que "mesclam a tradição com o contemporâneo", percebes? Um "espaço gourrrmet"!! Com aqueles pratos com pinguinhos de azeite e ervas que não se lembra bem o nome a decorá-los. Os preços são condizentes com o style, mas definitivamente valem o “prejú”. A estrada que margeia o Rio, uma das mais bonitas do país, tem poucos lugares para uma miradinha e aqui podes fazê-lo. 

Acesso ao DOC, por cima do Douro
O restaurante prima pela qualidade e ofertas que abrangem peixe do mar, caça (perdiz e javali do monte), opções vegetarianas e carnes. No plasma, imagens da cozinha, ao vivo e a cores. Para por lá, ainda que seja pra admirar o espetáculo que é o Douro, com uma taça de vinho à mão – eles servem 40 rótulos de vinho a copo. Tel. 254 858 123 e telemóvel 910 014 040.




Pinhão: Já que estamos a chegar perto do Pinhão, uma opção boa para almoço é o Ponte Romana, um restaurante que não decepcionou-me em nenhuma das visitas que lá fiz. Mesmo esquema, menu do dia baratinho e muito bom. E à beira de um afluente do Douro que inclui no almoço aquele barulhinho de rio...


Pinhão e restaurante Ponte Romana.

Para fechar esse post, recomendo, no Pinhão:




. uma visita à Estação de Comboios para apreciar os painéis de azulejos e o antiga plataforma que ainda hoje os recebe e despacha;














. um belo passeio à Quinta das Carvalhas, da Real Companhia Velha. É a maior Quinta do Douro. Eles fornecem um autocarro que sai do Pinhão e leva o visitante ao alto do monte onde está a Quinta. O passeio dura cerca de hora e meia, custa 10 euros e inclui uma degustação de Portos. O visual é es-pe-ta-cu-lar e une a comodidade de uma visita guiada à oportunidade de apreciar um dos pontos mais bonitos da região;
Quinta das Carvalhas à esquerda, com mirante no topo.

. um passeio de barco no Douro, chance única de ver Quintas belíssimas de um ângulo perfeito. O melhor é negociar um valor com as pequenas embarcações, que podem fazer passeios de uma a duas horas, a subir o rio. Fecha com chave de ouro a programação, com pinturas como essa:


. um volta de carro pelas estradas menores, que são muitas e têm ângulos assim:


terça-feira, 3 de maio de 2011

Visita virtual a museus de Portugal

Links directos

       Mosteiro dos Jerónimos – Lisboa
    
       Convento de Cristo - Tomar
     
       Mosteiro da Batalha
      
       Mosteiro de Alcobaça
   
Links indirectos (depois de entrar na pagina click em visita virtual)

       Fortaleza de Sagres
     
       Mosteiro Santa Clara Velha - Coimbra
      
       Mosteiro de São Martinho Tibães - Braga
      
       Museu Grão Vasco - Viseu
      
       Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
      
       Museu Nacional de Arte Antiga - Lisboa
      
       Palácio Nacional da Ajuda - Lisboa
      
       Museu Soares dos Reis - Porto
      
       Palácio Nacional de Mafra
      
       Palácio Nacional de Queluz
      
       Palácio Nacional de Sintra
      
       Torre de Belém - Lisboa
      

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vinhos do Porto


Portinhos a descansar...
E chegou a hora de falar sobre essa instituição, já que o assunto chegou perto. A Região Demarcada do Douro, a cerca de 100 Km a leste do Porto, é a região vitivinícola com a mais antiga delimitação de origem controlada do mundo. Foi delimitada em 1756, pelo Marquês de Pombal, apenas um ano após o terramoto que devastou Lisboa. Os binhos, já importantes  na balança comercial portuguesa à época, receberam isenção de impostos no comércio e exportações e eram monopolizados pela Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, ou Real Companhia Velha.


Mais infos aqui.
Oferecendo vinhos excepcionais e únicos, a região produz excelentes vinhos de mesa, mas a grande referência do Douro continua a ser o Vinho do Porto. O processo de produção consiste na interrupção da fermentação do vinho para a adição de aguardente vínica. Este procedimento lhe confere uma maior doçura, pois o açúcar da uva não se converte completamente em álcool e, claro, um maior teor alcólico. O Vinho do Porto é feito a partir de diversas castas de uva – As vinhas contém um grande número destas castas (10, 20, 30 ou mais).


Vinhas antigas na Quinta das Apegadas (Douro)

O processo reúne características naturais únicas, somente encontradas no Douro, e o comportamento humano local, desenvolvido durante séculos. Eu sou muito suspeito para falar, pois a minha tese de mestrado foi desenvolvida no Douro e fui contagiado por tudo de bom que a região oferece. Poderia falar muito sobre isso aqui, mas como o foco do texto é viagem e vais visitar o Porto, o melhor é que conheças a história em uma visita a uma (ou duas, três...) caves situadas em Vila Nova de Gaia.

Pipa em barco rabelo
Caves em Gaia. São muitas...












Além de apreciares uma belíssima vista do Porto, é uma oportunidade única de ouvir relatos sobre o famoso vinho enquanto percorres os corredores e salas frias em uma visita guiada, envolta em um aroma que esse humilde blog jamais conseguiria narrar, percebes? Não precisa ser amante dos vinhos para isso, esse é um programa obrigatório para entender um pouco melhor a própria história do Porto e de sua gente. Então vamos a isso!

Deixo ao menos uma palinha sobre os Portos e suas categorias:

Ruby - Conserva o aroma frutado e sustenta a cor por muito tempo. Têm uma rápida passagem pelas pipas (barris de carvalho) e devem ser consumidos logo após a abertura da garrafa, pois o contacto com o oxigênio "rouba-lhes" logo as características conservadas. São encontrados os Ruby, Ruby Reserva, LBV (Late Bottled Vintage) e Vintage. O Vintage, principalmente, envelhece muito bem em garrafa e é considerado a "jóia da coroa" dos Vinhos do Porto. Só tem produção reconhecida em anos que reúnem condições excepcionais na produção das uvas. Já os LBV, que são produzidos apenas a partir de uma única e ótima colheita, apresentam algumas características  dos Vintages, mas podem ser usufruídos logo após o engarrafamento, pois não evoluem tanto ao envelhecerem em garrafas.

Tawny – Envelhecido em pipas, os vinhos ficam mais claros (e bem mais caros) na medida em que permanecem mais tempo por lá. Podem ser consumidos assim que engarrafados e conservam-se um pouco mais que os Rubys após a abertura da garrafa. São: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com indicação de idade (10, 20, 30 anos...) e Colheita. Um Tawny 30 anos, por exemplo, não permaneceu exatamente este tempo no carvalho. São misturados vinhos de pipas com diferentes envelhecimentos, que reúnem condições que caracterizam os 30 anos. Se ficou alguma dúvida, óptimo!! As guias das caves irão falar muito bem sobre o tema.

Branco – Menos conhecido, existe em diferentes graus de doçura e envelhecimento. Experimente um drink que alguns lugares oferecem, com 1/3 de Porto Branco Seco (Dry White), 2/3 de água tônica, uma rodela de limão e gelo. Bom pra dias quentes :)

Rosé – Menos conhecidos ainda, são geralmente servidos gelados ou com gelo. Devem ser consumidos enquanto jovens.

Degustação de Portos na Quinta De La Rosa (Pinhão - Douro)

Sobre as visitas às caves, que custam cerca de € 5, sugiro 3 opções:


Caves Cálem – Logo no início da Ribeira de Gaia (a mais próxima da Ponte Luiz I), completou 150 anos em 2010 e merece ser vista. Visita bem organizada e prova de um tawny e um branco incluída no módico preço. Aberto todos os dias (Maio – Outubro: 10:00 – 19:00, Novembro - Abril: 10:00 – 18:00). É de lá o "Velhotes", um dos Vinhos do Porto mais populares de Portugal. A partir daí e dependendo da animação, coça o bolso para adquirir um 10, 20, 30 ou 40 anos. Ou um vintage, pra se lembrar da visita ao retornar para casa. A Cálem ganhou o Best of Wine Tourism 2008 - Categoria Wine Tourism Services.


Best of Wine Tourism (2009)
Visual do jardim
Caves Ferreira –  A visita é um pouco mais extensa que na Cálem e cita fatos da vida de D. Antónia Ferreira, a "Ferreirinha", figura mítica do Douro.  nteressantíssima e com guias bem preparados. Ao final, após o jardim, chega-se à inexorável lojinha, onde acontece a degustação. Funciona todos os dias do ano  (10h - 12h30 e 14h – 18h).




Caves Graham's -  Para mudar um pouco o ângulo, vale muito subir às caves da Graham's e de lá admirar o Porto enquanto provas os Portinhos. De propriedade do grupo Symington, a Graham's possui o maior dos estoques de vinhos do Porto - 7.000.000 de litros. Ressalto a impressionante adega de Portos Vintage e o espaço para provas, bonito e aconchegante. Um detalhe interessante da prova é ser feita em um balcão com uma luz branca por baixo dos copos, o que permite confirmar claramente as nuances de cor entre os diferentes tipos de vinhos. Para além das provas, incluídas na visita, o winebar  propõe alguns menus de Portos e um belo leque de possibilidades para provar os vinhos do grupo a copo. Com tudo isso, é bom fazer uma reserva. Podes ir, é garantia de boas lembranças.  O SucaTrips garante :)


quinta-feira, 17 de março de 2011

Roteiro 1: Bike à beira do Douro


Humildemente” deixo aqui algumas sugestões que podem agilizar sua viagem e optimizar o que podes usufruir da cidade. O site Porto Turismo oferece alguns roteiros em mp3, em Apps Móveis. São roteiros interessantes, com informações históricas, culturais, vale baixar e levar no Ipod-like. Tem também "Apps"  para as principais plataformas de smartphones e tablets, com conteúdos e serviços sobre a cidade.

De bike pelo Porto - da Ribeira à Matosinhos.
 
Começo com o que era o meu passeio predilecto, feito inúmeras vezes na companhia da meu indefectível camelo:
Specialized Hard Rock
Se disposição e rabo (é como de diz em Portugal) não forem problema, podes alugar uma bike na Bluedragon City Tours (Av. Gustavo Eiffel, 280). Após a Ponte D. Luís I, fica logo depois do Funicular e fica aberta das 9h às 14h e das 15h às 19h. Era bom alugar também uma corrente com aloquete (cadeado, no Norte de Portugal), para parares onde despertar interesse. O Porto não conta com uma grande rede de ciclovias e a consciência dos motoristas com relação às bikes não se compara com outras cidades da Europa, mas este roteiro é tranquilo. 

HR em acção

A partida é mesmo ali. Podes aproveitar e pedalar um pouco  na direcção oposta à ponte de ferro, para obteres ângulos diferentes .

Toma cuidado com o cruzamento ao passar pela ponte, cruza a Ribeira e...
...ao final, sobe a ladeira à direita e logo à esquerda entra na Rua da Reboleira, uma das ruas que mais traduz a antiguidade do Porto. Nota algumas casas medievais, principalmente a de nº 55, gótica, com duas belas portas em forma de ogiva. (séculos XIV e XV) E vai devagar, para perceber a movimentação dos moradores - eu gostava de passar por ali. Ao final segue pela esquerda, já à beira do rio, em direção à Foz. Do outro lado da rua, logo à frente, vai aparecer a Freguesia de Miragaia, que merece um post inteiro. Minha sugestão é que pedales pelo lado direito da rua, nos trilhos do eléctrico, notando Miragaia e suas casas com arcos no térreo e roupa pendurada nas janelas.

Rua Nova da Alfândega e início de MiraGaia

Logo depois, à esquerda, aparece a Alfândega Nova, que já foi uma importante Estação Ferroviária e hoje abriga exposições e eventos de moda, gastronomia, etc. Lá funciona o Museu dos Transportes e Comunicações, que conta com exposições permanentes – gostei da “O Automóvel no Espaço e no Tempo”.  A partir daí é curtir o caminho, que não é uma ciclovia demarcada, mas muitos  a usam como tal.   

Passas logo pelo Museu do Vinho do Porto, ao lado da Brigada Fiscal da GNR:

 

 O interessante é que o panorama sempre muda, pois podes passar pela ponte de ferro ou optar por andar em uma rua de paralelepípedos, à direita da Avenida - a Calçada de Monchique. 




Ao fundo, a Alfândega Nova



Pela esquerda atravessas a ponte por um trecho da ciclovia que fica por fora dela, acima do rio. 






Aqui, a entrada para a Rua da Restauração, que vai até a Baixa do Porto...







Desse lado tem uma parte gramada, em frente ao Museu do Carro Eléctrico, que, diga-se, achei muito fixe. Se optares por uma visita em outra hora, o ticket do Museu dá direito ao retorno ao centro antigo. De eléctrico, claro, para entrares no clima.


Esses e vários outros modelos.

















De volta ao lado esquerdo da avenida, mais à frente e depois da moderna Ponte da Arrábida, há uma ponte de madeira e um trecho que termina numa colônia de pesca, seguido pelo Farol de São Miguel-O-Anjo (desativado), que existe desde o Século XVI e hoje está quase escondido pelo edifício da Guarda Fiscal. Segundo pesquisei, foi o 1º farol da costa portuguesa.  

Farol de São Miguel-O-Anjo, à direita
Logo em seguida o Jardim do Passeio Alegre merece abandonar a beira-rio por uns instantes, principalmente se quiseres ir à casa de banho. Mesmo que não, note este banho antigo e as casas centenárias que envolvem o Jardim. O Chafariz do Passeio Alegre, Monumento Nacional (Nicolau Nasoni, séc. XVIII), fica bem no centro da praça. Gosto daqui. Já estás na Foz e, a partir do castelo (Forte de São João Baptista da Foz), contas com ciclovia até Matosinhos. Parênteses: esse castelo tem “muita é” história. Ali foi o primeiro acto de reação portuguesa contra a ocupação de Napoleão (1808) e no século XX morou Florbela Espanca (!), esposa de um dos oficiais à época. 



Em alguns pontos abaixo da ciclovia há bons cafés, que chamam para um pit stop. Depois desse pedal todo, vai bem um fininho no Shis, na Praia do Ourigo, que tal?  Esse sítio funciona também à noite, quando candeeiros são acesos na esplanada e o sofisticado restaurante ganha pontos com a com a iluminação interna e o bom serviço. 

Esse é um belo trecho. Por baixo vais à beirinha da areia e outros cafés. Por cima, a Avenida do Brasil continua na Av. De Montevidéu até o Castelo do Queijo. Tás com a câmera à mão, pois não? Na parte da tarde a luz é bem bonita nesse trajecto. 




 
Avenida Brasil



Pérgola da Foz

O destaque aqui é para a Pérgola da Foz, construída em 1930 na Praia dos Ingleses, que eram maioria na Foz do Século XIX e trouxeram esse costume de passeios à beira-mar. 







Essa longa avenida termina no Castelo do Queijo, à frente de uma grande rotunda com a estátua de D. João VI (sim, aquele). Disseram-me que ele está voltado para o Brasil, mas não juro. A curiosidade é que a estátua é idêntica à que está na Praça XV, no Rio de Janeiro.
Ao final da rotunda há uma ligação direta com o Parque da Cidade, onde recomendo fortemente ao menos uma volta. Maior parque urbano do país, com 83ha, é um espaço muito bem cuidado, mas (achei) pouco aproveitado pela população do Porto. Se fosse no RJ, não dava pra quem quisesse. Patos bravos, cisnes, gansos, “galinhas de água” e 140 espécies de plantas na beira do Atlântico. Uma beleza. 



É quase rectangular e o que sugiro é que o percorra sempre por fora na subida, até passar pelo Centro Equestre e pelo Pavilhão da ÁguaAs crianças da foto brincam com painéis solares, que geram energia para aumentar ou diminuir chafarizes que estão à frente delas. Giríssimo...

Daí é sempre a descer, por qualquer caminho.

Na saída do Parque vais passar pelo Edifício Transparente, onde muitas vezes parei para um café em um dos restaurantes. À frente fica o Castelo do Queijo e a praia. Presta atenção aos serviços do lugar: Ginásio (academia de ginástica) que eventualmente faz aulas ao ar livre, escola de surf, guarderia e duche para surfistas, vários bares, aluguer de bikes... Para voltar não precisas pedalar o mesmo percurso. Vais pela Praia de Matosinhos até o final e pegas o metro na estação Matosinhos Sul, trocas de linha na Trindade e vais pela Linha D até a estação São Bento. Daí é ladeira abaixo para devolver o camelo. Se for o caso, com o mesmo título sobes o Funicular e já estás no metro de novo. Cidade com transportes integrados é assim... Foco no cliente!!!
Importante: bikes são permitidas no metro, mas sempre na última carruagem.
Distância: essa brincadeira é de aproximadamente 17 Km.
Se a idéia for percorrer boa parte deste percurso mas a bike estiver fora de questão, o eléctrico Linha 1: Passeio Alegre-Infante faz o percurso pela marginal do Douro, entre o Infante, perto da Ribeira, e o Passeio Alegre. Há paragens intermediárias (Alfândega e Museu do Carro Eléctrico, por exemplo). Vê aqui os horários e utiliza o Título Andante Z2.

Para fechar o post, uma imagem do final de tarde neste lado da cidade...

 
 
 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Restauração


Assim é chamado o sector que abrange alimentação (restaurantes, fast food, etc). Todos os restaurantes oferecem algumas opções baratas de “Prato do Dia”, ou “Almoço Executivo”, sempre entre segunda e sexta-feira: entrada (geralmente sopa e pão) e prato principal. Em alguns inclui também a bebida (réfri, água, sumo ou vinho), sobremesa e até café. Os preços variam entre (pasmem) € 5 e € 15. Até experimentei algumas boas opções por € 5, mas as melhores estão a partir de € 7. No Porto, indico logo a que gostava mais:


A Quinta da Boeira  é uma antiga propriedade de produtores de Vinhos do Porto, totalmente reformada e mantida por uma espécie de Confraria. Um grupo de amigos/investidores modernizou as instalações da lindíssima casa do séc. XVIII, onde hoje funciona um bom restaurante e ambiente para recepções, casamentos, etc. À noite há serviço a la carte normal, mas a minha sugestão é ir lá almoçar, para ver com maior detalhe o interior da casa e os jardins. O almoço executivo, com entradas (óptimas!!), sopa ou salada, duas opções de prato do dia, vinho, sobremesa e café, custa 15 euros. Pede ao garçom para subir e ver os antigos aposentos da última dona e ele te acompanhará, com satisfação. Rua Conselheiro Veloso da Cruz, 608 - Gaia. Da Ribeira de Gaia para lá um taxi é bem barato, cerca de € 5 ou € 6. De metro é pegar a linha amarela (linha D) até a estação Câmara de Gaia e descer a rua da Câmara (Prefeitura) por uns 10 minutos.

Atualização em 14/08/2013: a Quinta da Boeira tem novidades (clique aqui)! Achei fantástica a ideia e fiquei curiosíssimo para conhecer. Gosto muito desse lugar, que é bem mais que um restaurante. Fica muito perto de onde morei e lá estive para muitos e excelentes almoços.

Quinta tradicional, ligada aos Vinhos do Porto
Se não fores lá vou ficar chateado, a Boeira é dica de insider!! :)

Se quiseres fazer compras, uma das opções é o Corte Inglez, que fica na estação seguinte do metro (João de Deus). É a estação que fica mais próxima do ap em que morei.

Dica: Em Portugal é comum que os restaurantes apresentem diversas opções de entradas, com pães, manteiga, queijos, azeitonas, “rissóis” (risoles), etc. Normalmente o couvert não é cobrado no total, como no Brasil. Paga-se o que se come. A manteiguinha tem um preço, o pão, cada item. Confira no cardápio o preço dos acepipes.

O restaurante Barão de Fladgate é óptimo, um belíssimo visual. Não é dos mais baratinhos, mas é justo. A recomendação é de um almoço, pela vista linda da cidade e pela comida e ambiente. Essa é uma opção que deve ser combinada com uma visita (gratuita) às caves tricentenárias da Taylor's. As visitas à noite só se realizam com marcação prévia.  Ao chegar, reserva logo uma mesa de frente para o Rio Douro, na varanda,  faz a visita às caves e depois escolhe um bom vinho da carta diversificada que eles oferecem, com representantes líquidos e certos de muitas regiões vinícolas do país. A carta de Vinhos do Porto, claro, conta com toda a linha de vinhos da Taylor's, além de outras pérolas.

Mas, porque o parágrafo acima está em itálico? Desfrutei, em junho/2012, de um belíssimo almoço no restaurante do Yeatman, a primeira unidade hoteleira vínica de luxo de Portugal. Com uma visão espetacular do Porto, ali podes  entender o porquê da estrela Michelin que foi atribuída a ele. 

Até com essa fog o Porto é uma beleza...
Segundo o que o site cita, "harmonizamos uma cozinha de imaginação, na qual os sabores tradicionais portugueses são interpretados e apresentados num estilo contemporâneo". É exatamente isso. O atendimento é precioso e todas as fases do almoço foram perfeitas. "Boas Vindas do Chef" com um espumante tuga ou um Porto Branco. Entrada e prato principal com o vinho da semana (que dei a sorte de ser o Crasto Vinhas Velhas) e sobremesa acompanhada de um LBV da Taylor's. Fiquei entretido com tudo e fotografei apenas os primeiros pratos:

"Seja bem-vindo"...
Espuma de caril na entrada.












O menu que é servido aos almoços durante a semana e o valor são sempre actualizados aqui.






Combinado com a mais diversificada garrafeira (adega) de vinhos portugueses e com preço similar ao do restaurante Barão de Fladgate, da Taylor's, um almoço por aqui proporciona uma experiência (ao menos para mim) mais satisfatória. Não deixes passar essa.